sábado, 26 de novembro de 2011

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Um poema que fosse teu por completo,



minha amada; que dissesse do teu corpo
além de pétalas elaboradas, conjugadas;
que começasse pelos lábios de tão pertos
até que a pele estremecesse pelo dorso

a cada expressão do corpo em alvoroço...
Que sempre te remoçasse, sempre de novo,
e que de vez te revelasse sem esse véu,
que mostrasse teus flancos, teu âmago:

inteira! - mulher entre a fúria e o céu.
Um poema com teus horizontes flamantes
dizendo dos sonhos ardentes e errantes.

Um poema que fosse teu por completo,
minha amada; que dissesse até do teu nada,
dos negrumes da tua alma, da madrugada.


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Desenho de Carlos Leão

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