terça-feira, 23 de junho de 2015

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Pequenas histórias 151


 
 
 
 
 
 
Os dedos silenciosos.




Os dedos silenciosos pousam no espaço o qual, acostumado, divergem os pensamentos em vários sentidos sem se preocupar com que está sendo digitando.
Pousam esquecidos de que são apenas instrumentos no final da mão, cujos impulsos acionam nervos e músculos pressionando as teclas ao comando recebido.
Pousam na fuga das palavras mal selecionadas com seus arquétipos originais e, na confluência de existir onde possa fixar seus caracteres, se alojam no hemisfério ao sentir o prosaico das letras idênticas.
Repousam no percurso único e conhecido por todos como aviso de que existem no espaço sinalizando ideias.
Carregam os pontos gráficos impregnado de todos os sentires de cada cidadão existente na cosmografia do universo.
O filósofo chora a perda de seus escritos na areia da incompreensão e presencia o mundo em guerra.
Ninguém dá importância a ele e muito menos ao seu choro convulsivo.
Cada um tem a sua guerra que nunca termina.

Para isso, cada um determina seus gestos na concretização da rotina obrigatória de sentir-se integrante ao grupo a que pertence.
E, dessa maneira, cria-se a chama da existência cravejando sua marca nos objetos, nos móveis, nos edifícios, nas ruas, vielas e parques e praças publicas.

No futuro abstrato em conjunção ao nirvana da alma, ficará o DNA comprovando nossas vidas de loucos assassinos ecológicos.
Nesse dia morrerei dez vezes abraçado com felicidade a morte.

pastorelli

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