Pobre infância pobre.... Morreu de olhos
abertos para guardar na lembrança o local onde viveu por cinco anos. O pai e a
mãe estavam correndo do rapa, no centro da cidade, no momento do tiro. A irmã
que tomava conta dele e outros dois menores, estava assistindo televisão. Ao
lado do corpinho frio, a família reunida, o choro dos irmãos menores, o
murmúrio de dor e uma enxurrada de lágrimas da mãe e irmã. O pai com um nó na
garganta e a gargalhada sarcástica da morte junto ao cadáver. Após o enterro,
um vazio naquele barraco. A mãe tão chorosa lembrou-se de como Pedrinho era
feliz. Bastava ter a pipa para empinar, algo para comer, o colchão velho para
dormir e uma coberta nas noites frias. Sem falar nos doces que recebia da
madrinha. No dia de visita à madrinha... isso sim era felicidade. Ao longe
ouvia-se os sinos dobrarem.
Conto construído pela escritora
Lygia Boudox tendo como mote uma imagem feita por mim. Este é o segundo post deste projeto.
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