domingo, 11 de novembro de 2018

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PÓS CÂNTICO: Jandira Zanchi

Ilustração: Andrew Pearce



luminescências  derrubadas no pós cântico
são meras e esmeradas folhas
de algodão e cetim manuseadas

cálida corrente crucificada
ainda, menina benevolente, a terra em lua lubrificada
essa manhã... de pouco vento, breve instante
sussurros quase audíveis do silêncio

permanecimento das hastes violetas/violáceas/varridas
de cânforas  e carmesim, em torno auréolas de santos
mugidos dos entes
esculpido de ouro e barro esse além

medida metrificada mentolada de anis e amianto

lago diversificado ... é solene no esperanto espetáculo
de augustos templos
templários tenazes esculpidos de ideia e ar
ventilam, sem massa, astúcia e alforjes
o tempo de seda e semáforos que me prosseguem

na rua ainda o espanto de passantes por avenidas que se alongam e debatem
atravessadores sinalizadores circunspectos e graves facínoras
famintos, nesse céu de chumbo e vigor, da prece pedinte de algum deus

que já não hesita castiga ou perdoa
entoa entoadas almadas
sem trevas e trafego

condizente momento ao porvir da eternidade.

Jandira Zanchi

2 comentários

Pedro Du Bois

Excelente! Parabéns. Abraços.

Jandira Zanchi

Obrigada, Pedro, sempre gentil!