Será
que as esperanças se cruzam anonimadamente na hora da interpretação? Há sentido
na hora do recomeço? Interpretar seria o andamento desacelerado em declarações e
restrições contidas nos sentidos? Nas palavras de Umberto Eco, “A leitura de obras literárias nos obriga a
um exercício de fidelidade e de respeito na liberdade da interpretação”.
Na
repetição das noites ouço passos e sons, ainda não marcados pela mão da cigana
que talvez interprete a vida em sustos diários; ou contem as horas com
diferente olhar sobre a cena.
Na
interpretação é permitida a imersão dos fatos e a dispersão das sequências das
vidas expostas e colocadas de outras formas e cores, fossem dois pesos e duas
medidas: a vida e a interpretação de cada um.
A
interpretação em movimento recupera o olhar perdido, a imaginação e o talento
de cada um, como em Pedro Du Bois, “...
Revejo as fotos que compõem o livro, / procuro a ideia principal naquele texto
enxuto, / retiro o lacre / abro páginas ainda úmidas, / entrevejo, na história,
as desditas do mundo...”
Ao elevar o pensamento interpreto os atos e os fatos com
meu olhar crítico, consideradas as situações pessoais e profissionais; assim,
interpreto as mudanças, descubro palavras novas, sinto a poesia e conto
histórias; torno-me ponte entre o meu viver e as ideias.
Momento
de saber que tipo de interpretação faz diferença neste mundo que ele revela
mais competitivo do que humanista. Ao
refinar a escolha de acordo com a razão, descubro o caminho da sobrevivência
cotidiana. Penso que o que faz sentido é a reflexão que pode romper com o
padrão de comportamento ao se transformar em novo paradigma para a interpretação,
de modo que me engrandeça. Segundo Agostinho Both, “Ninguém pode fugir à exigência de buscar o agrado. E quem não busca a
vantagem de exibir-se?”
Palavra certa no momento certo, no mundo competitivo,
traz soluções e atitudes que me capacitam a projetar a vida; Mia Couto reflete, “Quem proíbe o mel é a própria abelha”.
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