terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

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O reverso do momento



        
               Reparo que os detalhes da vida são semelhantes aos gostos e cores. Não podemos buscar apenas a palavra e a cor sem valorizar o que gostamos como a leitura da obra literária, em única cor, que denomina as diferentes posições, com variações suficientes para nos entusiasmar em ideias; inspirando-nos para que tais palavras se multipliquem, dinamizando na arte literária os detalhes da vida.
               A palavra representa o significado do quanto gostamos, ou não, de uma obra literária, que ainda tem o poder de se manifestar na construção de poemas de rara beleza. É o caso de Luiz Otávio Oliani, em relação ao meu livro de crônicas, Comércio de Ilusões/2015, em que ele, em faísca de criação fez o reverso da leitura: COMÉRCIO de ILUSÕES, dedicado a mim, // não ter quem o leia / não frustra o poeta // na contramão do mundo / produz versos / à revelia do sistema / quem o calará? / quem o trará de volta a realidade?”
               O poema nasceu pelo gosto e cores na inspiração de Oliani que, por detrás das crônicas, em interpretação única, fez o reverso do momento na busca, no encontro singular para com a leitura e com ele mesmo; para melhor desfecho trouxe-me a possibilidade de ver a vida em detalhes que me permitem traçar caminhos para escrever novos textos com maior profusão de cores.

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