desapareceram as estrelas e pouco te faz crer que existiram.
ver já não te basta, a contemplação ruiu.
temperaturas amenas desistiriam deste tempo, se pudessem
desvincular-se do sol
a umidade atingiu a ficção, tudo ficou velho e bolorento
tens escárias, tua dor tem cheiro ruim
e ocultá-la não impede o odor que se alastra
eventos fatais são imprevisíveis e o poético não é sinal de profecia.
portanto, desiste das palavras que têm função:
estão contaminadas por uma destinação secreta que fracassou
exuma esse peso biográfico que te acompanha e transforma,
deixa para trás a publicidade fúnebre da criança que ainda te ronda:
há mais que simulações de felicidade, a maldade é coisa da mente
e a mitificação da dor do artista é estratégia do poeta.
sonia regina
[23.01.10]
1 Comentário
E x c e l e n t e!
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