Alexandre Eduardo Weiss .
Procuro por mim mesmo.
Onde me encontro?
percorro todos shoppings,
em nenhum deles estou,
vou à todas igrejas,
lá não me encontro tampouco.
Percorro feiras,
livres ou cobertas,
de todo tipo de coisas,
vou a todos mercados,
procuro no google,
pesquiso na internet.
Tão pouco quero,
e tampouco encontro.
Coisa simples,
nada demais,
mas nem desse pouco,
me sinto capaz.
Quem sou?
É muito, querer me conhecer?
Saber quem sou.
Estive em muitos lugares,
milhares de livros já li.
Já cruzei oceanos,
já morri,
já renasci.
No entanto,
em nenhum desses momentos
me conheci.
Andei a torto e a direita,
à esquerda também,
já olhei em cada greta,
subi acima das nuvens,
mas nunca me vi como alguém.
Alguém capaz de exprimir tudo que sente,
dizer tudo que não sabe,
fazer tudo que quer,
ser meu próprio rei,
não sendo uma coisa qualquer.
De ser somente eu.
Alguém assim, sei,
é difícil encontrar,
mas mesmo sabendo disso,
não desisto.
Me busco nas florestas mais densas,
no fundo dos oceanos,
no interior da terra,
nos confins do universo.
Já entrei em buracos negros,
e deles nunca mais saí,
mas mesmo não saindo,
agora não estou mais ali.
Será isso então?
Só existo na minha imaginação.
Quando parar de pensar desaparecerei.
Nunca terei existido,
jamais me encontrarei,
Talvez seja achado na calçada,
de uma esquina movimentada
dentro de um saco de papel,
e então encaminhado,
entregue na seção de achados e perdidos
de um supermercado.
Ali estou?
Talvez ali.
Pode ser, no entanto,
que não seja este meu destino,
posso ir pro depósito de lixo.
Lixo atômico.
Altamente mortífero.
Por séculos ainda estarei
poluindo o solo, água e ar.
Lixo radioativo.
Mata todo ser vivo.
Serei eu ali?
Pergunto a mim mesmo,
sujeito que nunca vi.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
1
Autoconhecimento - Alexandre Eduardo Weiss
autor(a): Unknown
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 Comentário
Serei Arte
mas aonde com maiúscula
verdadeira
sempre apenas limitada
até o crepúsculo
Serei imortal
e tanto faz que útero
e aonde objeto
gesto puro
artista que sofre
para sobreviver
ou nunca morrer
na própria covardia
Serei mortal
e aonde a urgência em tudo
fome sempre
sem saber dizer
respiração dominada
fama e sucesso qual
corda qualquer coisa
jamais uma e nem pensar
o que é cair do paraíso
Serei ser
e aonde e quando
outro ser
dizer porque
Postar um comentário