Um dia ele criou um sol em seu quarto. E era tão perfeito e vibrante o sol que ele se sentiu animado a criar outras coisas. Veio daí uma lua, que era igualmente perfeita e redonda. Criou também um carro novo, porque era necessário. E depois disso tudo, para alegrar um pouco o ambiente, criou uma flor, uma solitária flor dentro de um vaso.
Tempos depois, cansado do confinamento, o sol criado se apagou. A lua, sentindo-se só, também se foi. O carro se convenceu que o mundo era grande demais, e resolveu rodar, rodar e rodar. Restaram só ele e a flor, criador e criatura.
Mas o homem, como é natural, um dia também resolveu partir. A flor, sozinha, não teve outra alternativa: criou novamente um homem para ser por ele criada, mais uma vez.
Tempos depois, cansado do confinamento, o sol criado se apagou. A lua, sentindo-se só, também se foi. O carro se convenceu que o mundo era grande demais, e resolveu rodar, rodar e rodar. Restaram só ele e a flor, criador e criatura.
Mas o homem, como é natural, um dia também resolveu partir. A flor, sozinha, não teve outra alternativa: criou novamente um homem para ser por ele criada, mais uma vez.
1 Comentário
Gênesis reinventada. Quem é o criador e quem é a criatura?
Belo mini. Parreira, como sempre, afiado e afinado.
abraço
Chico Pascoal
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