As musas eu as colho num campo tão vasto
Que a minha ideia não tem juízo da dimensão
É a graça que orna o penteado duma donzela
Um peito tão belo que nem precisa de coração
Um rosto cândido por detrás duma tímida janela
Ou uma criança foliando com o gado no pasto.
E se a amável Herato desenha uma bela cena
Com a pequena lira onde Caliope capta a voz
Não escondo que me inspiro da luz que chiava
Nas vielas que admitiam o canto dos meus avós
Clio com o pulmão aberto soprava e declamava
E a cidade era tão bêbeda provocante e morena
Que Terpsícore com a sua dança estonteante
Rodopiando até ao cais da volúpia – Euterpe
Flauteando comovida com a minha erudição
Melpomene descendo comigo vestida de crepe
Até ao rio onde todas as musas me davam a mão
Tália germinava flores Polímnia era cantante.
Urânia levou-me para a excelsa inspiração.
Fernando Oliveira
segunda-feira, 1 de março de 2010
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Quando as musas me dão a mão - Fernando Oliveira
autor(a): fernando oliveira
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2 comentários
Caro Fernando Oliveira:
Em primeiro lugar obrigado por se adicionar como meu seguidor no meu blog.
Em segundo lugar obrigado por me proporcionar a leitura dos seus poemas. Gosto bastante deste "Quando as musas me dão a mão". Leia os meus em http://diogocantante.blogspot.com. Diga e critique de sua justiça mesmo que não goste pois só assim poderei melhorar.
Mais uma vez obrigado. Abraço. Diogo Cantante.
As musas que cantam aos deuses lhe dão a mão, inspirando-o a que escreva suas danças nas noites do Oráculo Sagrado. Muito bom mesmo.
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