quinta-feira, 25 de março de 2010

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Simpatia ou aversão - Fernando Oliveira

Se eu considerasse que o acto de sacrifício até à bem-aventurança
fosse um juízo ilógico.
Furtaria ao crédulo a ilusão que o leva aos pés do solecismo. Onde mora um afortunado coração.

Dessa maneira me amputaria.

Ficaria somente com o argumento da minha razão.
Um lobo incapaz de criar a água que bebe
e de resolver o campo da sua evolução.

Se eu considerasse a lógica daquela ilusão
e a assemelhasse até ao abstruso da minha regra ou condição
onde mora com ou sem fortuna um básico coração.

Amputaria a inquietação do mártir
que morreria num quadro branco.
De morte animal.
Sem anunciar.
Porque a águia voa.
Porque morre o pai.

De onde veio o meu contravalor.

Theófilo de Amarante (Fernando Oliveira)

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