A tarde pálida,
escorre sorrateira
por entre os dedos da noite
que já se impõe
opaca e misteriosa
louca e vagabunda.
A lua geme de prazer,
chora de agonia
quando ferem-lhe as estrelas
os cometas e os poetas,
habitantes das esferas .
A Terra estremece
meio zonza de tanto calor
toda triste por tanta queimada
tanto fogo nas encruzilhadas,
tanto porre nas sujas calçadas.
As pedras rolam morro abaixo
as tábuas das marés são violentas
o coito é ligeiro e assustado
a dupla, com seus corpos alugados
vagueia na noite sem dono.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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Noite sem dono - Betusko
autor(a): Betusko
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1 Comentário
Belos seu poema Betusko. Adoro seu estilo que une imagens diferentes de maneira artística. PARABÉNS!
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