segunda-feira, 7 de junho de 2010

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Amina Ruthar _ divagações sobre umbigos... e coisa nenhuma-






































umbigo sempre me pareceu desobrigado de funções, tão logo cumpridas as serventias, ligamentosustentos de crias.
posto lá, meio do caminho , entre peitos e ventres , parada de nada.
pode até servir na hora de adulos,confesso porém, tenho preferências por outras partes, onde melhores gostos sinto , ao ser tocada.
descubro então que umbigos, podem virar começo , meio, fim...para algumas criaturas.

tudo ali:- termina e principia.

gênese e apocalipse.

os umbigantes carregam ouro de tolo no mal- dito,em estufamentos do falso orifício.
por tal, nenhuma intervenção, seja via-alma, seja via-veias , no referido, atua.
pior, criaram anticorpos ,resistentes a qualquer antídoto, tão grave o estado de umbiguite adquirido.

umbiguite tem sintomas fortes, a olho nu, percebidos.

os portadores somatizam também poderites, sentem-se donos de mundo, independente do encurtado de seus solos-miúdos.

nos olhos, carregam pedras de vidro, delíriorgulho.

nas mãos erguem tratados, sem firma, sem testemunhas, escritos de próprio punho: - papéis sem valia.
como seqüelas do mal que padecem, esperam, todos se rendam a seus pés de barro, feito seguidores e servos.

passo por eles, rezo-me.

se, nos deparamos frente a frente, por descuido ou acaso, invoco todos os santos, rogo aos orixás, imploro milagres, escolho a melhor oração, orno-me com folhas de arruda, faço figas.
sei lá ...se mal contagioso.
vai que o vírus é de expansão?

levanto cruz, derramo sal, espalho cabeças d' alhos, agarro um galho de comigo ninguém pode... pois que jaz freud.

desperdícios de compaixão, cometo não.

recuo de suas alegorias, inoculando-me por entre pétalas de violetas, páginas de livros, lições de borboletas, salmos de brisas, partes preciosas do meu minifúndio.

que se danem tais criaturas [?] , e seus late- fundos.



divagares por nadas e coisa nenhuma, pois que nem me chamo raimundo.

e...não sei, menos quero saber das palmatórias do mundo.


amina ruthar







Imagem: Maxu
Arte Digital: Soreg





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