Malu tinha visto o filme já a um bom tempo. Lembrou do filme depois que o médico sentenciou a sua ninfomania. Apesar de que a personagem cinematográfica, cleptomaníaca, apresentava uma aversão ao sexo e, ela, Malu, tinha fome de sexo. As duas estavam ligadas portanto, pela mesma causa. Marnie, a personagem do filme – Marnie, confissões de uma ladra – roubava compulsivamente por um trauma de infância, mas só que Malu não sabia que trauma seria esse que a atormentava. O psiquiatra não tinha revelado ainda, talvez por não saber ou, por não querer magoá-la.
O filme em si não era os dos melhores no gênero: suspense. Mas a história conquistara Malu. Sentiu pena da personagem. O que a desagradou foi o desempenho dos atores, não convenceu, a atriz uma loira aguada, sem carisma, o ator um canastrão que fez sucesso por causa de uns filmes de espionagem, e, da plasticidade das imagens, principalmente a cena final, onde os dois saem da casa de Marnie e, ao fundo, aparecem uns navios falsificados.
Nisso, o trem deu uma freada tirando-a do devaneio. Como estava sentada, coisa que não apreciava muito, viu a sua frente uma braguilha de jeans meio surrada. Ergueu a cabeça e deparou, perspectivamente, um rosto japonês. Sorriu ao lembrar da fama que tinha os japoneses.
- Será que japonês têm mesmo pequeno...?
Decidiu verificar. Por sorte, entrava uma senhora de idade. Malu levantou cedendo o lugar para a senhora e, ao mesmo tempo, bem no ouvido do japonês sussurrou palavras que só o nipônico ouviu.
- No, no, japonês, china sim, china quer rapidinha.
Malu ficou vermelha, envergonhada.
- Oh! chinês burro.
Desceram do trem. Na plataforma ficaram por um bom tempo decidindo o preço. Até o que o chinês concordou com o que ela pedia.
E, no aconchego do quarto, debaixo das cobertas, abraçada ao chinês, sentia-se satisfeita. O danado até que fora bom de cama, reconheceu. Não era daqueles apressados, querendo acabar logo, gozando antes do clímax certo. Não. O china, apesar da calça jeans surrada, camisa parecendo time de futebol, fora de uma delicadeza incrível com ela. Apenas uma coisa a intrigava, por isso perguntou:
- O china, me responde uma coisa?
- Si, china responde o que você quiser.
- Pelo o que eu sei japonês, chinês, coreano são desprovido de pelos, isto é, não são peludos. Eles têm os pêlos nos lugares certos.
- Si, si, chinês não é mesmo peludo.
- Então, como é que você sendo china é peludo? Olha só o seu peito - e demonstrando o que dizia, passou a mão pelo peito peludo do chinês, que se arrepiou todo.
- E que china sempre viu dizer que mulher brasileira gosta de homem peludo.
- Sim, e daí?
- Daí que china toma hormônios para crescer pelos.
- O que?
- É que china toma hormônios pros pelos crescerem.
O filme em si não era os dos melhores no gênero: suspense. Mas a história conquistara Malu. Sentiu pena da personagem. O que a desagradou foi o desempenho dos atores, não convenceu, a atriz uma loira aguada, sem carisma, o ator um canastrão que fez sucesso por causa de uns filmes de espionagem, e, da plasticidade das imagens, principalmente a cena final, onde os dois saem da casa de Marnie e, ao fundo, aparecem uns navios falsificados.
Nisso, o trem deu uma freada tirando-a do devaneio. Como estava sentada, coisa que não apreciava muito, viu a sua frente uma braguilha de jeans meio surrada. Ergueu a cabeça e deparou, perspectivamente, um rosto japonês. Sorriu ao lembrar da fama que tinha os japoneses.
- Será que japonês têm mesmo pequeno...?
Decidiu verificar. Por sorte, entrava uma senhora de idade. Malu levantou cedendo o lugar para a senhora e, ao mesmo tempo, bem no ouvido do japonês sussurrou palavras que só o nipônico ouviu.
- No, no, japonês, china sim, china quer rapidinha.
Malu ficou vermelha, envergonhada.
- Oh! chinês burro.
Desceram do trem. Na plataforma ficaram por um bom tempo decidindo o preço. Até o que o chinês concordou com o que ela pedia.
E, no aconchego do quarto, debaixo das cobertas, abraçada ao chinês, sentia-se satisfeita. O danado até que fora bom de cama, reconheceu. Não era daqueles apressados, querendo acabar logo, gozando antes do clímax certo. Não. O china, apesar da calça jeans surrada, camisa parecendo time de futebol, fora de uma delicadeza incrível com ela. Apenas uma coisa a intrigava, por isso perguntou:
- O china, me responde uma coisa?
- Si, china responde o que você quiser.
- Pelo o que eu sei japonês, chinês, coreano são desprovido de pelos, isto é, não são peludos. Eles têm os pêlos nos lugares certos.
- Si, si, chinês não é mesmo peludo.
- Então, como é que você sendo china é peludo? Olha só o seu peito - e demonstrando o que dizia, passou a mão pelo peito peludo do chinês, que se arrepiou todo.
- E que china sempre viu dizer que mulher brasileira gosta de homem peludo.
- Sim, e daí?
- Daí que china toma hormônios para crescer pelos.
- O que?
- É que china toma hormônios pros pelos crescerem.
Imagem: Nancy Torres
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