O sangue tem o apelo da poesia,
e o encanto do vermelho escreve o mote;
o tempo é derramado à revelia,
qual lenta hemorragia sem garrote.
Nos versos torturantes da isquemia
do peito, que necrosa a própria sorte,
lesando e debridando a fantasia,
o rútilo se impõe: serpente e bote.
Nas veias, a palavra soa branca,
circula, feito um glóbulo leucêmico,
na linfa impaciente do poeta.
Purpúrea pulsação que não estanca
a sede capilar de um verso anêmico,
melhor a transfusão que amor secreta!
imagem: Bruno Escoval [enviada pela autora]
sábado, 18 de setembro de 2010
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RUTILANTE - Lílian Maial
autor(a): Unknown
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