segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Olhos de Selva Azul [11] - Lenine de Carvalho
























XI


Despertou junto com o sol. Enquanto a água fervia no fogão de pedras, deu um rápido mergulho no rio e voltou para fazer café. Fritou alguns pedaços de carne do porco selvagem, fêz mais alguns bolinhos de farinha e abriu uma lata de pêssegos em calda. Depois de ter se alimentado, afivelou o cinturão com a pistola automática no coldre junto o quadril direito e em poucos minutos desfez o acampamento, transportando tudo para o barco. Voltou e enterrou a fogueira, depois de tê-la apagado com um pouco de água do rio.

Olhou em volta, para ver se estava tudo em ordem, viu a lata vazia de pêssegos e abaixando-se para apanhá-la. __"Devia tê-la enterrado com a fogueira, pensou". Olhou para o rio, estirou o braço para trás e atirou a lata com toda a força, um pouco para o alto, em direção à água. Com o mesmo movimento iniciado, a mão voou para o coldre e como que por mágica, apareceu com a automática já disparando. A primeira bala, acertou a lata em pleno ar, a mais de vinte metros de distância, projetando-a mais para a frente, a segunda bala atingiu a água a poucos centímetros à direita da lata que flutuava, os quatro tiros seguintes atingiram em cheio a lata, fazendo-a afundar, e os quatro restantes acertaram todos no mesmo lugar onde a lata havia submergido. __"Ainda estou em forma", pensou satisfeito.

Recarregou a pistola, girou-a no dedo indicador e enfiou-a no coldre. Abaixou-se, recolheu as dez cápsulas vazias que haviam caído no chão, atirou-as dentro do rio, e entrou no barco.

Embora ainda fosse bastante cedo, já fazia um calor, que prenunciava um dia quentíssimo, com poucas nuvens no céu. O motor pegou na primeira fieirada, ele abriu completamente o acelerador e manobrou para o meio do rio.
 
 
 
 

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