quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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Devaneio do caminhante* – Parte II



deixei o Éden para entender das moradas da mãe
fui xamã, fui demônio noturno
presente nas contrações do meu pinto
no prazer do orgasmo
sou a vida, sou a morte também
o relâmpago anunciará o trovão
os símbolos escondem significados
olha com atenção
vê no singular o plural
vê no plural o singular
quero conhecer a cadência inebriante
de seus passos
da sua respiração apressada
no momento de total entrega
vou navegar os seus planetas
as suas galáxias distantes
desvelar sua loucura oculta
vou perder-me
na embriaguez da sua alma
é no coito
que a relação com o todo se manifesta
somos profetas
a predizermos os quereres
um do outro
oráculos divinos
a revelarmos o universo

* Inspirado na obra “O Caminho da Deusa” de Maria Esmeralda Grunglasse

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