terça-feira, 16 de novembro de 2010

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Fugir à tarde


segue bêbado o seu caminho ébrio já não pensa a lógica navegar o mar da eternidade numa órbita anos luz distante da sanidade a tarde dissolve-se lentamente pela fina chuva dizem que todos os anos de cada setenta e seis deles exceto um não passa o halley e dentre todos os satélites artificiais lembra-se da queda do skylab no ano de 1979 a estação foi destruída na reentrada com o planeta vinte quatro horas por dia girando desenvolvia velocidade nos finais de semana esse último inclusive desde antes da eleição de dilma a primeira presidente depois da era Lula pediu que todos os metalúrgicos cortassem o dedo em protesto mas só ele o fez de fato há um mistério sobre o paradeiro do membro amputado teria sido comido de raiva por algum outro militar na época da ditadura ou teria sido adquirido por um magnata das telecomunicações obcecado pela arte perversa da anatomia humana dizem possuir a orelha de van gogh especulam outros essa última ter inspirado o arquiteto oscar niemeyer no projeto dos orelhões da companhia telefônica os mesmos existiam aos milhares nas esquinas do país dito continental antes da disseminação dos celulares pelas fronteiras desvirginadas entram e saem livremente os macumbeiros das encruzilhadas e serão sempre esses os cantos a apreenderem das outras dimensões os espíritos onde habitam as almas penadas a saudade é tanta eu tenho levado para longe daqui o assunto

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