Mário de Andrade, através de suas ideias e influência em diversas áreas, viu seu prestígio crescer como escritor. Ele tinha convicções fortes sobre a cultura brasileira e dedicou grande parte de sua vida a difundi-las, segundo João Gabriel de Lima.
Mário divulgou suas ideias na imprensa e nos livros, e se preocupou em debatê-las com os amigos. Publicou 11 livros, em vida; 7 de prosa e 7 de poesia. Foi um dos realizadores da Semana de Arte Moderna, em 1922.
José Antônio Pasta, disse que Mário foi mentor de Drummond, Bandeira e de diversos críticos literários, como Antonio Candido e Paulo Emílio Salles Gomes.
Mário de Andrade foi um brasileiro que atuou, mexeu e remexeu em quase todos os campos artísticos, assumindo o papel de totem da cultura brasileira. Demonstrou, na época, que tinha muitas ideias no plano da cultura, pois:
- atrás das críticas, influenciou a motivação, as pesquisas e a busca por uma identidade nacional que tornasse única as manifestações culturais;
- foi mentor da escola nacionalista, que misturava música erudita com temas populares brasileiros;
- na literatura, através de suas cartas, aconselhou poetas e romancistas a agregarem formas de vanguarda e a buscarem uma linguagem brasileira.
“Anunciaram que você morreu / meus olhos, meus ouvidos testemunham: /
A alma profunda, não. / Por isso, não sinto agora a sua falta... /
Alguém perguntará em que estou pensando, / sorrirei sem dizer que em você /
Profundamente...” (Manuel Bandeira)
Em busca da memória, das descobertas e pela curiosidade do percurso realizado por Mário de Andrade, gosto de remexer em quem deixou algo para nós, como a preocupação pela cultura e como divulgá-la, torná-la atraente aos brasileiros. Mário de Andrade foi um dos que remexeu e deixou traços para que seguíssemos adiante com a cultura, sempre procurando com que todos se preocupassem com a qualidade e a continuidade.
Segundo Antônio Olinto, “Mário de Andrade criou uma obra vasta de pesquisa e de estudo, ao lado da poesia e da ficção, porque sentia necessidade de contribuir palpavelmente para a cultura do país e de remontar as origens do Brasil”.
Toda a vida de Mário de Andrade está como que refletida "num olhar pelas ideias”. Talvez não exista no plano artístico maior transposição de uma experiência pessoal, com a intensidade das suas obras.
A literatura sempre esteve presente em Mário e ele a levou para o povo brasileiro, com notas, divulgações de pequeno porte, mas fortes. Deixando para nós um País com esperança a partir das suas idéias “surpreendentes” e de sua ampla atuação. É merecido o seu prestígio, mas, deixou clara a falta de autores com boas idéias e um recado para todos nós: “É preciso mudar o nosso olhar para depois mudar a realidade”. E Tele P. A. Lopes afirma que “No olhar está a ânsia e a paixão e os braços abraçam a intensidade das sensações dos sentimentos”.
“Você não morreu: ausentou-se. / direi: faz tempo que ele não escreve... /
Saberei que não, você ausentou-se. Para outra vida? /
A vida é uma só. A sua continua. / Na vida que você viveu. /
Por isso não sinto agora sua falta”. (Manuel Bandeira)
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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UM OLHAR PELAS IDEIAS
autor(a): Tânia Du Bois
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