domingo, 12 de dezembro de 2010

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O exercício da liberdade: LER CALEIDOSCÓPIO

“A cada giro de espelhos, / muda o vitral / da vivência. /
Não permanece a figura. / Nem um desenho regressa. “ (Helena Kolody)

Todos querem amar e serem amados. O importante é criar situações em que fique evidente que conseguir controlar as emoções ajuda a libertar comportamentos e a adotar outros alinhados aos nossos sonhos e desejos.

Carlos Higgie, em seu livro CALEIDOSCÓPIO, mostra o resgate da paixão, transcrita em páginas onde impera a emoção. Intimidade é a palavra mágica que permeia o livro, num mundo de encantamento, onde se vive para amar e morrer amando.
“Quero seus braços me envolvendo, prendendo-me junto
ao seu corpo com a suavidade que só tem aqueles que amam.”

Cada palavra, em cada cena, reflete o que cada um tem em sua vida para manter o mistério. “Quero que me olhe bem no fundo dos olhos e possa ver o pulsar da minha alma.”
Carlos, com sua inspiração, reinventa os envolvimentos, mostrando seu jeito artístico e literário de ver o mundo da fantasia erótica. É capaz de criar o clima próprio aos amantes com aprimorada arte; transmite os desejos, as carícias e o amor com detalhes que apontam os caminhos e as soluções de uma relação. As cenas descritas são flagradas pelo leitor, sem dó nem piedade, com muito prazer.
Aos olhos do autor, a atração é potencial criativo da paixão, revela no erotismo, que algumas vezes se parece com a compulsão, o transportar da vida em arte literária.
O segredo do autor tem “pimenta” como foco: o lacre no livro, separando capítulos, como expectativa e sinal vermelho, acionando a curiosidade e o envolvimento com a leitura de CALEIDOSCÓPIO. O livro é companhia onde não há proibições formais.

“Escrever sobre o amor e o encontro dos corpos é, também, uma maneira
lícita de descrever a intensidade da vida humana”

Partilhar emoções é modo de digerir o que se lê. É romper com velhos padrões de comportamento e um abrir-se para novos horizontes, sentindo o coração bater mais forte.
Ao ler CALEIDOSCÓPIO percebemos que o autor não se perde em transmitir profissionalismo ao descrever a paixão e o erotismo como exercício de liberdade: adota postura de comprometimento para com a literatura e resgata descobertas, onde só o amor está no ar, como desafio para o leitor embarcar na aventura erótica com visão aberta a novas formas de convívio entre os amantes.

“Quem é capaz de determinar os limites? Tudo está na mente de quem lê e interpreta.”

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