Venho observando algo diferente neste mês de dezembro.
Ainda não identifiquei o motivo, mas as pessoas não estão animadas como nos outros anos. Não vejo as casas tão iluminadas, por exemplo. Já no meio do mês, grande parte das casas ainda não se enfeitou.
Difícil culpar a inflação, as eleições, o calor ou alguma calamidade. A inflação vem se mantendo estável, com pequenos acréscimos, mas nada de tão diferente do ano passado e dos anteriores. As eleições trouxeram novidade apenas para os incautos, haja vista a repetição de tudo o que estamos francamente acostumados há muito tempo. Ficha limpa? A sua, a minha. Assim como impostos em dia e obrigações civis. Não, não é isso! O calor, por sua vez, está até mais brando que em anos anteriores. E nenhuma calamidade assolou o carioca.
Então qual a razão desse aparente descaso (ou seria cansaço?) que tomou conta das pessoas neste mês? Inexplicável.
Seria saudade do Presidente Lula, que está deixando o cargo? Seria precaução com a assunção da Presidenta Dilma?
Ou seria a constatação da impunidade dos grandes e verdadeiros criminosos? Talvez os aumentos dos políticos na calada da noite, sem que houvesse o mesmo para as profissões fundamentais para os serviços públicos?
Quem sabe a descoberta que vários dos comandantes do país estariam interessados apenas em se locupletar, deixando as reivindicações do povo à deriva?
Não tenho as respostas, mas percebo que tudo isso junto vai trazendo uma letargia, que se manifesta na falta de ânimo para comemorar uma data que deveria simbolizar o renascimento, a esperança e os princípios éticos e morais mais elevados.
Mas como falar de princípios éticos e morais no país dos que “gostam de levar vantagem em tudo?”
Como falar em irmandade numa população castigada por impostos e taxações que impedem um mínimo de lazer e dignidade?
Impossível se estimular fraternidade em quem não tem futuro.
Ainda não sei as respostas, porém, a sensação me incomoda profundamente, pois traz à tona os sentimentos de perda, de fracasso e de saudade de um passado não tão distante, mas que não retornará.
Por isso, acabei de montar a minha árvore bem colorida e iluminada, enfeitei minha casa com o espírito de amor daquele menino milenar, e separei ingredientes fundamentais para a minha ceia, como: carinho, esperança, amor, lembranças, alegria, sorrisos e poesia!
FELIZ NATAL!
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sábado, 18 de dezembro de 2010
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VEM CHEGANDO O NATAL... E DAÍ?
autor(a): Lílian Maial
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