sábado, 22 de janeiro de 2011

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O Asilo - Capítulo I

Cheguei ao asilo às 07h30min da manhã. Meu primeiro emprego de verdade, com carteira assinada e tudo mais. Aceitei esse emprego por pura falta de opção e por extrema necessidade de trabalhar. Nunca tive propensão a cuidar de velhinhos, porque nem de minha avó eu ajudei cuidar quando precisou. Por isso pensei - ficarei aqui até arranjar coisa melhor.

Muito pobre, a vida toda precisei ficar morando no trabalho por não ter outro local. Agora também não seria diferente.

Meus afazeres no asilo consistiam em cuidar da higiene e limpeza do quarto de três senhoras, muito idosas e absolutamente carentes. Carentes por serem pobres, e mais ainda, por falta de afeto. Além da limpeza, deveria levá-las a passear no jardim sempre que o clima permitisse.

1 Comentário

Ronperlim

O texto é claro quando aborda e diferencia o trabalho informal, surgindo no segundo parágrado e o formal no primeiro. O texto é um convite para a reflexão, não desses mundos trabalhistas; mas como a necessidade nos colocam em situações que não gostaríamos de estar, quando a personagem diz: "Nunca tive propensão (...)". Põe em dúvida o caráter dela, pois, se não cuidou da própria avó, como poderia cuidar de idosos que não tinha nenhum parentesco?
Aqueles idosos fazem a sua consciência julgá-la, quando foi negligente com a sua avó. Por isso disse: "(...) -ficarei aqui até arranjar coisa melhor"

O último parágrafo me parece contraditório, pois, a personagem percebe a carência de afeto dos velhinhos, sentimento este negado por ela quando sua avó mais precisou que foi na doença.