sábado, 15 de janeiro de 2011

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Os Ciganos - Capítulo XXI

No dia seguinte, após uma breve corrida pela rodovia, chegamos à Delegacia de Policia onde Sara e Miguel estavam. Nossos amigos ciganos estavam tristes em um canto esperando alguma coisa acontecer. Reika e Andy aproximaram-se com cautela, afinal era uma tarefa difícil defender pessoas que os outros já previamente haviam julgado culpados.

No balcão de atendimento uma moça de cara amarrada foi perguntando com maus modos o que eles queriam.

– Estamos aqui para ver o que podemos fazer pelos dois ciganos. – falou Andy.

– Se forem advogados podem tomar os caminhos legais. Se não forem devem esperar o atendimento normal, e podem começar por preencher esta ficha.

– Está bem!

Reika e Andy pegaram as fichas e foram preencher em um canto da sala, onde estavam outras pessoas fazendo o mesmo. Fui chegando devagar até eles. De repente surgiu um senhor alto, bem vestido, sorridente e se aproximou de nós.

Reika lá de seu canto olhou e viu o senhor alto bem apessoado que estava falando com os ciganos. Levantou-se e caminhou resolutamente até onde estavam os amigos.

– Onde vocês moram? – perguntava o senhor alto.

– Um momento! – aparteou Reika – nós somos seus parentes e queremos participar dessa conversa.

O homem olhou para Reika e Andy, e seus olhos bondosos transmitiram confiança aos dois.

– Como queiram! Sou advogado e fui escalado pela promotoria publica para arguir estes dois. O que vocês são deles?

– Parentes! Quer dizer, eu sou parente, meu namorado aqui não é. Sou cigana também embora viva como os demais que não o são.

– Estava fazendo umas perguntas de rotina, porque de antemão eles foram reconhecidos pelos acusadores como sendo os causadores do distúrbio. Embora não possamos ainda provar que foram eles que roubaram alguma coisa de lá.

– Doutor! – falou Andy – Não sei o que levou as pessoas a pensarem que meus amigos são ladrões. Mas entre um distúrbio causado por um bate-boca entre uma cliente e os vendedores da loja, e o roubo, há uma grande distância. Os dois ciganos, meus amigos, durante muitos anos são discriminados por seguirem os costumes de uma nação que está em extinção. Não sei se o senhor percebeu, mas eles são pessoas humildes e pobres, vivem do que ganham com seu trabalho, que não é fácil. E por serem pobres não podem ser acusados de ladrões, só porque estavam no local do roubo. Se for assim, todas as pessoas que lá estavam são suspeitas. Além do que, ninguém pode provar que eles realmente estavam no local, no exato momento do roubo. Ou podem?

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