necessário dourar-se o esquecimento
em boas lembranças
dessas de esperança
à meia taça de vinho
enfastiado
quase entediado
saturado de areia branca
sombra e sonhos
nos séculos varridos
degraus nas camadas
das eras e erários
minhas asas
aladas
cortadas
pesadas
desajeitadas
estrelas ainda brilham
mas, tampo-as,
para não pegar sereno
e nenhum moreno
e algum encanto
portanto
vadiam-se as horas
em batimentos
sincronizados
por leis e luas de algodão
e posso – lembro-me –
adornar um jardim
outono e pérolas
corridas na relva
ou namorar uma vitrine
de pedaços e colagens
carmim e paisagismo
em uma ruela enviesada
um gole de café e uma trovoada
se chove, arrumo estantes
e palavras
perfomances
percalços
entre os ruídos do silêncio
o ato e a vida.
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