sábado, 21 de maio de 2011

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E hoje.















E hoje
(nos passos de Drummond)

aparelho nervoso
nervoso aparelho
que questiona na erudição
biológica a sua função

nervoso misturada à nervosidade
na angústia inquietante
num dia frio e nublado

frio depois do sol
sem confundir Drummond
metáfase e trabalho

Drummond de fio a pavio lido
metáfase no cérebro não entra
e trabalho necessitado

ontem, você que José não é
procurou elucidar problemas
a lá “to be or not to be”
sem conseguir tal evento

e hoje? qual o processo
que desvendará as funções
de si mesmo?
se não sabe deixe Drummond sossegado
se enfie nos textos não literários
para o arrependimento
não tortura-lo futuramente

aparelho nervoso
nervoso ficará
quando desígnios do relógio
a exata hora marcar

descanse a medula
para haver perdura
na periférica divisória
numa tal confusão
sem maltratar o coração

eta! aparelho nervoso!


pastorelli

1 Comentário

Angélica Teresa Almstadter

Não conhecia esse seu poema, mas como vc trata de me surpreender a cada dia positivamente, fiquei feliz em lê-lo aqui nesse poema também. Beijo e parabéns!