terça-feira, 14 de junho de 2011

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Os Caminhos de Laura - Capítulo XV

Ri disfarçadamente porque não parava o desfilar de convidados nos cumprimentos, enquanto alguns contratados da organização da festa carregavam os presentes e os guardavam em uma sala nos fundos, onde iríamos abri-los mais tarde e fazer aqueles trejeitos necessários de: "Oh! Que lindo! Era isso mesmo que eu queria", mesmo que fosse uma boneca vudu. Minha mãe exigia isso. “É educado agradecer e dizer que é lindo, mesmo que vocês não gostem. Quem deu o presente, mesmo que não se identifique, vai gostar” - disse ela antes da festa.

Após a abertura dos presentes veio a valsa.
Linda! Trinta pares, quinze para cada uma. Enquanto nós dançávamos no centro da roda com nossos bonecos engomados, os outros valsavam em torno de nós. O espetáculo visto de fora foi encantador. Para nós que rodávamos no meio do turbilhão dos acordes de Strauss não se via nada. Mas as fotos depois mostraram que realmente o espetáculo dado pelas rainhas da festa foi digno do nome. Só sei que nossa festa foi linda e todos os amigos de meu pai e amigos da escola estavam lá. Dançamos e nos divertimos muito e a noite passou sem sentir.

Quando os convidados se retiraram, Aracê e eu ainda ficamos lá, sentadas nas escadas que davam para os jardins vendo a aurora que chegava radiante no renascer diário, trazendo novamente no sopro da madrugada o viver de cada um de nós, no eterno vai e vem da vida.

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