terça-feira, 21 de junho de 2011

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sem pressa

Desacelere, preciso chegar perto do que ainda não é nosso.
Inspire e respire em meus pulmões todo esse ar que me falta, 
toda essa vida que tenho deixado cair nessa estrada de terra.
Desacelere, preciso checar o que ainda não nos pertence.
É muito. É muito...

...e muito nos asfixia. 
Intoxica esse pouco frágil que nos aquece em noites frias nessa vila.
Nesse refúgio que você me fez acostumar a chamar de lar.

E toda essa estrada que demos as costas? 
E todo esse ar puro que está lá fora e não respiramos?
E toda essa pressa que temos da vida?
Diga qualquer coisa agora que me faça desacelerar e ouvir.

Desacelere, precisamos chegar perto do que ainda é nosso.
Inspire e respire todo ar que falta, todo fragmento de vida que deixamos cair.
Desacelere, precisamos checar o que ainda nos pertence.
Ainda é muito, é muito...

...e muito não significa,
apenas asfixia um pouco desnecessário que nos esfria em noites quentes nessa vila.
Nesse refúgio que você fez de lar. 

E todos os significados angustiantes?
E todas as canções tristes que não cantamos?
E toda essa pressa que temos da vida?
Grite qualquer coisa agora que me faça desacelerar e ouvir...

...tudo que não ouvimos.
Tudo que não aprendemos.
Tudo que não cantamos.
Tudo que apressamos e não vivemos.

E toda essa pressa que temos da vida?
Asfixia o nosso melhor, esfria o nosso "não ter".
Ame alguma coisa que me faça desacelerar e...

...e muito não significa. 
Apenas intoxica o que talvez seja amor.

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