A conversa parou por aí porque já era hora do jantar e nós nem havíamos almoçado, e precisávamos nos aprontar com roupas adequadas novamente. Corremos as duas apostando quem ficaria pronta antes. É claro que foi ela. O banheiro era um só, e ela correu mais rápida até ele. Mas finalmente descemos para o salão de janta onde todos os turistas, homens de negócio e celebridades já estavam saboreando os quitutes dos chefes, que segundo o folheto de propaganda do hotel eram de diversas partes do mundo, servindo aos hóspedes pratos requintados para todos os gostos.
À hora da sobremesa entabulei conversa com uma garota grega que se servia de um suculento bolo de chocolate com creme fresco. Falei que gostava daquele doce por ser de aparência forte. Ela disse que gostava porque era chocólatra declarada. Saímos à procura de um lugar para sentarmos em uma conversa animada e amigável.
- Você também vai amanhã para a reunião? – perguntou-me.
- Sim! Irei. Gostaria muito de reaver minha pulseira. Ela tem um valor inestimável para o meu coração.
- Também irei. O colar que me roubaram é de valor altíssimo, e não estou para perder nada. Quero-o de volta.
- Roubaram?
- Sim! Todos comentam que há um ladrão hospedado aqui. Cada pessoa não roubada é potencialmente suspeita. Amanhã o detetive vai expor essa versão das coisas.
- Não havia pensado nisso! Mas agora que você falou, realmente há algo estranho acontecendo.
Estranhamente pensei no homem elegante e na senhora de cabelo laranja. Não sei por quê!
Quando as pessoas concluíram a sobremesa e começaram a dirigir-se para os mais variados locais, despedi-me da moça grega e chamei minha filha para assistirmos a uma palestra sobre roteiros turísticos da Itália. Quem sabe tomaríamos carona com um desses passeios e aproveitaríamos para unir o útil ao agradável, tentando encontrar parentes perdidos?
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