sexta-feira, 8 de julho de 2011

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Fatuidade despojada.















Fatuidade despojada

O branco papel
abrangendo a escura mesa,
diz ao poeta:

que a caneta de preta
factível em azul
imóvel não fica
mais em sua mão

que a perplexidade
a qual aumentava o vazio ser
despojou a torturante angustia
e as idéias a mente consegue coordenar

que as palavras diversificadas
ao ego cerebral destrói a conjuntura
estruturada impondo a contrapartida
dos caracteres simbólicos
a uma transposição para a facilidade

que nessa facilidade
o papel branco não é mais
e a mente branca que era
no papel branco na sua frente
deixa os símbolos garatujados

que a estrutura ausente buscou
na erudição dos textos literários
toda sabedoria numa lentidão intelectual

que na branca folha
muda-se o sinal: !
e registrado ele fica
no papel branco
e na mente

e assim a fatuidade deixa de ser
uma bomba que não mais explode

pastorelli

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