domingo, 10 de julho de 2011

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Os Caminhos de Laura - Capítulo XXIV

No dia seguinte após o café da manhã no hotel, decidimos esquecer a procura e curtir nosso passeio. Coloquei uma roupa leve, uma bela pulseira de pérolas que fora presente de meu pai e descemos para a área de lazer. Enquanto minha filha aproveitava a piscina e as brincadeiras que o hotel oferecia, sentei à sombra e fiquei apreciando o vai e vem dos hóspedes e empregados.
É muito interessante ficar observando sem ser notada. Ali um homem com uma barriga imensa passando protetor solar. Mais adiante uma mulher tentando ser charmosa com um incrível cabelo que pretendia ser loiro, mas que era laranja. Outra magrela com longas pernas esqueléticas usando um fio dental inexistente, impossível de ser descrito. Na piscina um bando de crianças loiras e mal educadas jogando água em uma senhora idosa que deveria ser sua avó. Também estava lá um camarada com o cabelo pintado de roxo e uma camiseta preta com uma caveira nas costas. E aquela mocinha com piercing e tatuagens, parecendo um extraterrestre com o cabelo azul espetado em forma de barbatana de peixe? Agora, impressionante mesmo era a figura vestida com uma roupa toda preta, encostada em um dos pilares da varanda. Apesar do calor de 35° o garoto estava de capote que ia até os pés, em cima de uma camiseta toda bordada com pedras brilhantes e coloridas. Usava uma calça apertada e um coturno de soldado adereçado com uma infinidade de rebites de metal brilhante. Os cabelos existiam somente no alto da cabeça, eriçados por um formidável gel que os mantinham teimosamente em pé, numa nuance de cores de fazer inveja ao arco Iris. A lateral da cabeça estava toda raspada mostrando o couro cabeludo muito branco. Acho que fiquei impressionada com aquele visual.
A meu lado um belo rapaz agarrado a uma linda moça só faltavam fazer sexo ali mesmo na espreguiçadeira.
Atrás de meus óculos escuros ficava a vontade para apreciar tudo isso. E rir muito!
Após um bom tempo nessa apreciação dos diversos gostos de moda dos turistas, levantei-me do lugar onde estava e chamei minha filha para um lanche. Ao nos dirigirmos para uma mesa na sombra da sacada, um senhor de boa aparência esbarrou em mim casualmente e polidamente desculpou-se. Olhei para o homem enquanto continuei minha caminhada até a mesa que visualizara de onde estivera sentada. O senhor era alto, bem vestido com uma roupa toda branca, cabelos grisalhos. Ele não olhou para trás e logo sumiu pelas portas laterais que levavam aos salões de jogos.
Pedimos nosso lanche leve e ficamos conversando animadamente, apreciando a paisagem e o movimento até bem depois do meio dia.

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