Da luta diária
Essa crônica hoje me veio como me vem a canseira depois de uma labuta, consumo aos poucos – o suor pela fronte, os pés sufocados, a tensão nas têmporas... e então o corpo entende a descodificação depois da canseira: o alívio, o sorriso na estampa da face, o pensamento sem pensamento, só o descansar. Se não há labuta, como o corpo entenderá a descodificação após?
Não que o enfado me pese no escrever, isso nunca. Nesse ato me canso com prazer, me alucino; é a luta diária. Nossa luta nesse caminhar. Aos montes escorremos pelas ruas seguindo inevitável processo, mesmo que mínimo. No dia a dia nos deixamos em algum lugar desse processo: no trabalho árduo, no amor, no perdão, no pensar, na reconquista... Isso! Tudo aquilo que nos faça contribuir para o andar dos passos.
Nesse caminhar, trabalhamos para o árduo, para o amor, para o perdão, para o pensar, para a reconquista... Por repetição mesmo, e nessa: variações, renovações. E depois da labuta, o merecido e entendido alívio do corpo, e assim renascemos para o milagre do dia. Pois, se não há labuta, como o corpo entenderá a descodificação após?
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Pablo Flora é poeta, mas quando as palavras não se aquietam no poema, inventa prosa.
domingo, 7 de agosto de 2011
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Cotidiano Ornamental - Da luta diária
autor(a): Pablo Flora
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3 comentários
Quando eu era criança, declamei um poema na escola (era dia do Trabalho) que dizia mais ou menos assim: [...]nos problemas teus e meus, Deus ajuda a quem trabalha, quem trabalha serve a Deus [...]. Nunca esqueci disso quando vejo e sinto a labuta diária. Porém penso que hoje o suor diário é mais penoso! Abraço
Adorei o espaço...E sabemos que é da labuta, do suor, do trabalho de nossas mãos que produzimos o pão que sacia corpo e alma...
Obrigado, meus caros, pelos nobres comentários. É isso aí, é a nossa labuta diária. A cada tempo que passa ela vai ficando mais penosa. E além das mãos, nossas ações vão contribuindo para decorrer das coisas... Abraço!
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