segunda-feira, 8 de agosto de 2011

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Os Caminhos de Laura - Capitulo XXXIII

A festa comemorativa dos dois anos de fundação daquele pequeno município estava animada. Presença em massa da população, de autoridades locais e de outras cidades, e também nós, minha filha e eu. Festa da boa. Churrasco, comidas típicas da região, sobremesas as mais variadas e bebidas diversas. E gente! Gente de todos os tipos, raças e religiões.
- Olha que pedaço de homem aquele! - disse eu a minha filha, admirando um belo espécime masculino que estava mais ao longe.
- Qual deles? - perguntou ela curiosa porque durante toda a sua vida ela nunca me ouvira elogiar ou achar algum ser humano do sexo oposto bonito, atraente ou qualquer coisa do gênero. Eu apenas os admirava profissionalmente, cada um em seu respectivo setor de trabalho, se merecesse!
- O moreno lá no canto ao lado do Prefeito.
- O gordinho?
- Gordinho??? Só um pouco fortinho, nada mais...- disse indignada pela contestação de meu gosto de beleza masculina.
Em nossa direção vinha sorridente Dona Naná, a Primeira Dama do município. Estendeu a mão e quase aos berros, para sobrepor a voz à conversação geral que ia animada, nos cumprimentou.
Vamos doutora, disse ela, quero apresentá-la a meu filho que veio da capital para morar conosco. Sabe como é, separou-se da esposa e agora vem para ficar em sua terra natal. E dizendo isso não esperou resposta, tomou minha mão e puxava-me por entre as pessoas aglomeradas a conversar tão alto quanto podiam. Com receio de que minha filha ficasse para trás, virava-me constantemente, e com essa atitude não percebia para onde íamos, mesmo porque não importava muito. Aonde fôssemos era sempre a mesma coisa, tudo igual em uma festa de cidade de interior, onde os compadres e comadres se encontram para colocar a conversa em dia, todos falando o mais alto que podiam. Parei junto á Primeira Dama quando ela repentinamente estacou dizendo:
- Meu filho, esta é a doutora Laura da qual lhe falei - e com isto empurrava-me para frente do homem que me olhava de cima, (isto porque era bem alto o moço).
- Prazer! - disse eu levando a mão em sua direção, pois ele também estendia a sua.

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