e é tanta coisa que aperta e asfixia. e nem é tanto. é tanta coisa que desintoxica. e nem intoxica. mas é que sinto transbordar tudo aquilo que eu limitava. sinto desatar tanta poesia. eu sinto. sinto até ser maior do que eu. e amedronta saber do tanto, do sinto, do que era limitado e que hoje quer fugir entre meus dedos em apenas uma direção. é tudo, é tanto. e penso que ontem não tinha nada disso. mas hoje sinto aquele medo sutil de perder aquilo que ainda nem entendo. perder o que não é concreto. penso que ontem sonhava com egoísmos. essa noite sonhei com um par.
e é tanta coisa que me causa, que me acusa. e eu me culpo por coisas que nem sei. digo o aleatório, faço o aleatório, e me perco entre asfaltos, malas, despedidas breves e um sorriso bobo da janela do ônibus.
é tanto... tanto... é tanta coisa que me escapa. são raspas brilhantes de alegria que querem explodir. e pensar que ontem eu não deixaria nada disso acontecer. hoje deixo meus excessos transbordarem, só pra ver teu rosto tonto da janela do ônibus. só pra ver... menino.
1 Comentário
não sei em definir porque, mas este « só pra ver... menino.» cortou-me o voo do texto. e estava a ser muito bom voar com as palavras certas nesse anagrama de «causa» «acusa», do contigo e incontido…
Gostei, é o que posso dizer.
JFernandes
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