domingo, 11 de setembro de 2011

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Paraty, a vila das noites douradas - Sonia Regina

A vila de Paraty fica no Estado do Rio de janeiro, na Costa Verde que se estende até o litoral de São Paulo. Com charme e nobreza nos recebe em meio a antiguidades, relíquias, bromélias, mares e ilhas, num astral mágico onde convivem caiçaras, artistas, príncipes (lá mora o príncipe Dom João de Orleans e Bragança, bisneto da Princesa Isabel), indígenas (aproximadamente 300 vivem a 17 km, em Rio Pequeno e Paraty-Mirim) e visitantes... Uma população encantada caminha com a história e o Belo pelas ruas de pedras irregulares beirando o casario colonial, ao som de cavaquinhos que entoam chorinhos e serestas.

Fundada no século 16, mantém as características de quase 500 anos atrás. Sua história está ligada a uma velha trilha dos índios Guaianás, que originou o Caminho do Ouro (Estrada Geral da Serra do Mar), uma das mais importantes vias de entrada para o interior do país, ligando o litoral às Minas Gerais. Tendo passado pelos 3 Ciclos que marcam a história do Brasil - Do Ouro, Do Café e Da Cana - é hoje uma das maiores produtoras de aguardente.

Paraty está entre o mar e a montanha, numa região abençoada: tem uma enormidade de rios encachoeirados que descem a Serra da Bocaina indo para o mar, atravessando a mata atlântica. Há muitas rochas e piscinas naturais, de água doce ou salgada. À beira-mar, o relevo é acidentado: há costões castigados pela violência do mar e enseadas desertas, de águas tranquilas e areias finas e brancas, com várias praias selvagens salpicadas de pedras que represam o mar, boas pra nadar, mergulhar, velejar. Come-se bem à beira-mar, ouvindo um violão.

Natureza, arte, cultura... Obras de valor histórico como o Forte Defensor Perpétuo, construído para defender das invasões piratas no século 18. De dia a pedida é o banho num mar de águas cristalinas ou um passeio de barco às praias paradisíacas das ilhas e, à noite... Bem, a noite é dourada, em Paraty. Quando começa a cair, a vila se revela nas sombras das janelas coloniais que guardam marcas do tempo do império. Por trás de cada sacada a história se adivinha: magia que provoca, surpreende e convida... à reescrita.

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