sexta-feira, 9 de setembro de 2011

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Os Caminhos de Laura - Capítulo XLII

E a vida foi seguindo!
Em fevereiro, notei que minha menstruação estava faltando desde janeiro. Fui ao médico.
Bingo! Estava grávida. Um mês e meio de gravidez. Foi na praia, lógico.
E agora?
Resolvi não contar ao Luan imediatamente.
Comecei então, como quem não quer nada, a falar que ele era livre para viver sua vida sem mim. Que era jovem demais. Entre outras coisas. Mas ele dizia que me amava e queria ficar comigo.
Nessa tentativa de fazê-lo ver que eu não era a pessoa certa para ele, passou-se mais um mês, e eu já estava de dois meses e meio. A barriga ia começar a aparecer, precisava parar de dar aulas de dança, e era complicado, pois tinha que ir para outra cidade fazer os exames pré-natais, porque fazia tudo às escondidas dele. Que fazer?
Então precisei ir à capital para uma reunião de trabalho, e aproveitei ligando de lá para Luan dizendo ter descoberto que estava grávida em um exame de rotina. Pelo telefone não pude perceber se ele ficara contente ou triste. Pensei - assim ele terá tempo de decidir se fica ou se vai embora. Quando a reunião terminou voltei para casa pensativa. Achei que ele não estaria mais no apartamento. Quando coloquei a chave na fechadura percebi que ele estava lá.
Nossa! Fiquei tão feliz como nunca pensei que ficaria. Ele abraçou-me, apertou-me muito carinhosamente e disse:
- Você é a pessoa mais importante de minha vida.
Senti-me mal lembrando o quanto tentei afastá-lo.
A gravidez transcorreu normalmente. Não tive enjôos, chiliques, vontades, nada. Durante todos os meses da gestação estive forte, saudável e feliz. Luan foi o companheiro perfeito, amável, delicado, cheio de carinho. Nas horas de descanso, ele ficava passando a mão na barriga e tentando ouvir algum som. Mas o bebê só se mexia muito. Riamos felizes!
Nossa filha nasceu no dia do início da Primavera. Linda como um sol! Pequena, rostinho miúdo, olhos escuros bem abertos. O médico disse quando a ergueu para que a visse – “Sua filha é um gênio, nasceu de olhos abertos” - e riu.
Com o nascimento dela, nossa rotina mudou muito. Amamentava no peito como recomendara o pediatra, ela dormia em seu próprio quarto, coisas que me deixavam esgotada, tendo que levantar várias vezes durante a noite e ir de meu quarto ao dela, para amamentar, ver por que chorava, e tudo o mais. Sempre fui magra, mas o parto, a amamentação, as correrias noturnas esgotaram-me de tal forma que em certa ocasião precisei ser internada para recuperar, tão magra e debilitada estava. Luan esteve sempre ali ao meu lado cuidando-me, dando apoio.
A mãe de Luan aproximou-se de nós para ver a neta. Foi chegando aos poucos até acostumar-se com a idéia de ter uma nora quase velha! Mas nunca deixou de me chamar de "senhora" e dizer que Luan estava comigo só por causa da filha. Sei lá, isso me machucava, mas logo passava.
E nossa filha crescia cada vez mais parecida com o pai e sua avó paterna. Desenvolvia rapidamente, muito inteligente, sapeca e linda!

Até aí parecia que nada no mundo poderia atrapalhar nossa felicidade. 
Quando nossa filha tinha dois anos, Luan recebeu uma promoção e precisou mudar de cidade. Aí surgiu o impasse. Se ele fosse seria muito bom para a carreira dele. Mas para acompanhá-lo eu precisava deixar de trabalhar. Eu não podia podar sua ascensão na empresa. Mas relutava muito em deixar meu trabalho, afinal até o momento tinha sido meu ganho a nos sustentar verdadeiramente, porque do pouco que ele ganhava, nós combinamos que ele ajudaria sua mãe, para que ela não passasse necessidades. E deixando eu de trabalhar, embora ele fosse ganhar mais, poderíamos sofrer. Então optamos por ele ir e eu ficar. Decisão mais acertada naquele momento.

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