A DANÇA DOS ARCOS - A ÁGUIA DE OUR0
I - A PASSAGEM
1.
na terra sem deus
o homem inventou o servo
e serviu o rei
esse denominou a amante, o desejo e a esperança, e se escondeu. Deixou o núcleo debatendo-se entre os fiéis. Mortos e feridos denegriram-se e salvos ou brancos alternaram-se em protestos protestados.
Por esses dias escorri o cravo
e de sua braguilha escorreu o fel
Devo dizer-lhes que porque inventaram os espremeções e as espadas eram nítidas as formas espiraladas Ninfas molengas e reluzentes esparramaram-se nos cantos da pousada. Para os poetas deixaram pouco mais do que a liberdade e a solicitude, estreitos espaços de horizontes e sonhos que, incansavelmente, deveriam preencher de rimas, acordes ou tintas, de tal forma enfeitada a festa que, nas frestas, as manhãs cientes explodissem seus cantos subjacentes, vermelhos indóceis de paixão e maresia.
Os reis continuaram sentando-se em seus palácios notificados e só fariam as ameias para as suas amantes quando lhes foi digno colorir os montes.
Antes que me esqueça
esqueci o rei
Dos vinte e sete que iniciaram a marcha, um pousou no galho da águia, outro tomou espada. O primeiro fixou-se em estrelas e da lua vermelha não mais se distraiu. O segundo fez-se homem do mundo e prometeu-se louro e erguido para o coro do grito. Dos outros seis, quatro ou cinco jogariam cartas em suas tardes vazias e só fariam triunfos e empreitadas a cada retomada de indicar o santo no anjo ou no deus.
seriam, enfim, apenas reis
homens sisudos e pesados
atentos ao largo horizonte
lá aonde se divisa uma estranha falta de apreensão.
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