o tempo não é somente uma linha
do emaranhado que toca os sonhos
com uma nesga de direção.
observa. há um começar para quem vive
a descer do mundo sem dele despencar
as mãos não se abrem só para se soltarem:
há no gesto uma nascente. a cabeceira de
um rio soberano que murmura
tu o escutas? é brando ainda o sussurro.
opera desde o leito, a firmeza das águas novas.
como o sangue renovado das artérias, elas fluem
e não mais contornam obstáculos: ultrapassam-nos.
sonia regina
2 comentários
Querida Sonia,
belo,belíssimo poema!
Ele expressa uma realidade que não pode passar despercebida: olhar para as nossas limitações.
Beijos,
Tânia.
Obrigada, Tânia querida, pela leitura e comentário.
Sim, sempre haverão obstáculos, dada a nossa condição humana. Contudo, essa mesma finitude nos permite começos e recomeços.
Beijos
da Sonia
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