terça-feira, 15 de novembro de 2011

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A Dama do Metrô 60








Enquanto subiam escadas, passavam por corredores, Malu procurou conversar com o esganiçado do rapaz parecendo mais uma galinha caipira toda arrepiada.

- Há quanto tempo você trabalha com a Genivalda?

- Uns quatro anos mais ou menos.

- E ele sempre foi assim?

- Ele?

- Quer dizer, ela.

- Sempre assim como?

- Afeminado, sempre trabalhou com esse negócio de preparar festas.

- Olha perua, afeminado ela não é, agora se você me falasse machão ou sapatão, se ela fosse uma dessas duas coisas, não posso te afirmar nada, porque nada sei.

- Pensei que vocês fossem amiguinhas inseparáveis.

- E somos, mas até agora não chegamos a ponto de trocarmos figurinhas intimas, ta me entendendo, sirigaita.

- Não precisa ficar com raiva. Apenas quero conversar.

- Acho bom mesmo.

- Me responde outra coisa... Como é o seu nome mesmo?

- Nilsinha.

- Nilsinha?

- É, porque algum problema?

- Não nenhum, meu irmão tinha uma namorada com esse nome. Provavelmente Nilsinha vem de Nilson, não é?

- Não sei, aliás, não fui eu que escolhi, foi a Genivalda.

- Mas vem cá, Nilsinha, me diga uma coisa.

- O que?

- Você não acha que Genivalda no seu dia a dia, pois acho que como você, trabalham em outro lugar, não trabalham?

- Trabalho.

- Então, você não acha que fora daqui Genivalda seja macho, comedor de mulheres.

- Olha minha flor, se ele é ou não aqui ou fora daqui, pouco me importa. Só posso dizer que sou uma mulher num corpo de homem, portanto sou mulher aqui e fora daqui, quem quiser que me aceite como eu sou, entendeu perua fofoqueira.

- O desmunhecado underground, não precisa ficar toda nervosa só porque estou querendo puxar conversa.

- Ah! Não me enche, que já tenho problemas demais. Ai está, escolhe a roupa que precisa.

Disse abrindo a porta de um quarto transformado em camarim. Havia roupa por todo o canto, espalhada por cima da cama, das cadeiras, da penteadeira, dentro dos guarda-roupas... Malu parou no meio do aposento.

- Quando estiver pronta me chame.

- Está bem Nilsinha. Mas como vou te chamar?

- É só abrir a porta e gritar meu nome – saiu deixando-a sozinha no meio daquelas roupas esquisitas, cheirando a mofo, a guardado.

Malu pensou em ir embora, já estava contrariada por ter aceitado o convite de Ronildo. Pegou uma roupa, uma calça preta de couro, toda suja, amassada, com um rasgo enorme na bunda, cheirando urina e esperma. Ronildo está maluco em pensar que vou vestir uma porcaria dessas.

pastorelli

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