Entre a luz de uma estrela e a luz de um pirilampo, Perônio, adepto feroz da conservação da natureza, ficava com os dois. Ele gostaria que o mundo fosse como o brilho das estrelas, sempre imutável. Não aprendeu isso na escola porque quase não a freqüentou, mas com a beleza da vida. Vida essa vislumbrada diariamente pela janela de seus olhos atentos, nas corridas cheias de frio das madrugadas silenciosas.
Diferente de seu nome, Perônio era bonito. Seus parcos vinte e um anos lhe garantiam essa beleza! Quando ficava absorto olhando o céu cheio de luar, com os longos cabelos negros caídos até os ombros, parecia um deus moreno olhando sua criação. Era guapo o filho do senhor das terras, o Dr. Faustino, que de doutor não tinha nada, só o título ganho pelos dons do dinheiro, que o tinha em quantidade suficiente para domar as rebeldias dos outros grandes da região, que o viam com bons olhos, pois era influente lá pela capital.
Mas Perônio não queria glórias, só queria viver sua pacata vida, correndo ao lado dos avestruzes selvagens, que vez ou outra vinham se misturar com os puros-sangues que enfeitavam os belos pastos do Haras de seu pai. O Haras Santa Marta!
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