Um dia de manhãzinha, quando o sol ainda nem tinha sonhado em dar a graça de seus raios pelas campinas, Perônio corria, como sempre, preocupado apenas em não desmanchar os grandes cupinzeiros que se erguiam ao longo do caminho. Foi notando aos poucos um vulto que se aproximava ao passo que sua corrida progredia. Pensou ser um dos animais deitados ainda no descanso noturno, ou um dos cupinzeiros que na madrugada transformavam-se em fantasmas escuros pelo lusco-fusco. Quando chegou bem perto levou um susto ao perceber que era um ser humano. Mas um ser humano bem estranho! Mambembe e magro como um varapau. E estava extremamente sujo.
- Homem de Deus! Que susto! Como aparece assim de repente na frente de um sujeito que viaja sozinho na madrugada?
- Me perdoa meu senhor! Tava mesmo lhe esperando! Sua corrida passa por aqui todo dia, e por isso esperei pra lhe falar.
Era Venâncio, antigo trabalhador de seu pai, que sumira há muito.
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