terça-feira, 15 de novembro de 2011

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RENASCIMENTOS - JANDIRA ZANCHI

 
Tenho , em mim, uma roseira de frutos doces e amaciados
de manhãs inertes -  celebrados sem artifícios ou colorações –
poderiam ser encontrados em dias de pouca luz daqueles
esquecidos nos poentes de mármores vazios quase ao desalento
ricos de madeixas escuras e perfumes de cristal,
tão idôneos em sua ligeireza que entre eles se descobre a água
como um metal de cheiro e calor em seu leito de alvorada.

Foram renascimentos e escutas de uma eternidade vazia
quase opaca na retidão de suas fronteiras, muita saída a sal
e nuvens, circunspecta no eixo maciço da navegação
em terra fria – mesuras e ciência do cotidiano – pássaros e
sombras, fusos e rocas de sabedoria quase vergando da alma
a sombra de sua pedra angular de finitude.

Foram nesses estremecimentos de ventos e voltas que estendi
cem contas de fadas e fóruns, uns discursos de meio tempo
regados ao líquido e à nata por ali estremecidos dos corredores
das estrelas e da parcimônia das vantagens do esplendor da vida

a luta da subsistência  estiagem verde e marinha em beijos
salinas versos que se criam monásticos elásticos
prenhes do desejo branco da liberdade

quando ainda não havia o tempo, o fio e o medo

só essa valente sina de semáforos e luzes
            aspirando o anjo em seu pouso branco

outono dedilha sua ventura na laje e no apego.

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