sábado, 5 de novembro de 2011

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Tudo Azul - Sonia Regina


Tudo vai ficar da cor que você quiser é o título da exposição de Rodrigo de Souza Leão. Estará de 10.11.11 a 22.01.12 no MAM, Rio. Ao ler sobre essa ideia fabulosa lembrei-me do artigo que escrevi quando Rodrigo morreu. Lembrei-me do cartão que fiz, com um poema seu. Publico-os abaixo. Ainda uma homenagem válida.



















Tudo Azul
Sonia Regina
[publicado no Portal Literal em 16/7/2009]

"O que você diria para um jovem que deseja ser escritor?
RodrigoPrimeiro: Viva ao máximo! O que importa são os momentos. Se o livro for rejeitado, não desista! Se você gosta de escrever, então escreva para você mesmo. Eu só fui publicado quando escrevi para mim mesmo." *

Disse e fez, o poeta e escritor Rodrigo de Souza Leão, até o dia primeiro de julho. Morreu de ataque cardíaco, numa clínica do Rio - com 43 anos.
Entre os 50 finalistas do Prêmio Portugal Telecom 2009 com o romance TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS, tendo publicado em 2009 o livro de poemas CAGA-REGRAS, Rodrigo deixa um livro por editar. Conta Daniel Lopes, no blog Amálgama: "O senhor Antonio Leão, pai de Rodrigo, me informa que, junto com amigos do filho, fará um esforço para publicar um livro que Rodrigo deixou acabado, intitulado Me rouparam uns dias contados — um trecho do qual, ainda segundo Antonio, aparecerá no caderno Prosa e Verso d’O Globo do próximo sábado."
No blog de Rodrigo - Lowcura -, o encontro com o poeta e suas produções e com o homem, em seu cotidiano e na convivência consigo próprio e a diferença. Diz na entrevista realizada por Ramon Mello: "O meu ser é diferente dos outros. O esquizofrênico tem que ter uma sensibilidade para entender que é diferente."
Eu não o conheci pessoalmente, apesar das tangentes. Tivemos em 2000 uma aproximação única quando me entrevistou para o suplemento Conversa aos Domingos, publicado em 20 de agosto pelo PD-Literatura - O Cyberjornal de Literatura.
A imagem é uma pequena homenagem minha: uma composição com a foto "RoddHandsomeFace.jpg" (do seu perfil no Lowcura) e o poema Eu (post de 4.5.09). Abaixo, indicações de leituras acerca de Rodrigo de Souza Leão:

Blog cantar a pele de lontra
Entrevistas realizadas por Rodrigo de Souza Leão
Edição Digital do Jornal Estado de São Paulo
Blog Poesia Hoje
Blog Amalgama
Revista Literária Polichinello




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* trecho final da entrevista realizada por Ramon Mello, publicada no Portal Literal em 4.11.08




4 comentários

Jorge Xerxes

Isso Tudo É Muito Legal - a exposição no MAM, as reportagens nos grandes jornais (na Folha de SP de hoje também) e a publicação em breve de um livro inédito - Certamente o Reconhecimento de Um Grande Artista, de Uma Alma Sensível, de Alguém que Contribuiu com Sua Visão Singular de Mundo.

Mas traz consigo um lado triste: porque acontece apenas depois que o Artista se foi. Isso já aconteceu tantas vezes e continua a acontecer.

Parece que os Nossos Egos Nos Deixam Cegos, até que o Outro esteja completamente aniquilado, consumido e não tenha mais nenhuma capacidade de reação.

É o lado mais cruel do Ser Humano que exercitamos, ainda que não nos apercebermos disso. Precisamos reverter esse quadro; urgentemente.

Precisamos Celebrar Também os Vivos (antes que não sobre ninguém para contar-nos história)!

sonia regina

Concordo inteiramente!

Rodrigo foi nosso companheiro na lista de discussão e produção literária Escritas - um autor singular que trabalhava bem e muito e nem sempre estava atormentado.

Se saíram hoje nos jornais a notícia da exposição e do seu livro inédito, a web se antecipou de maneira mais sucinta e não menos sentida.

Realmente é fabuloso todo esse movimento e concordo contigo que a pena é que ele deveria ter esse reconhecimento em vida. Não teve, senão entre seus pares.

O triste é que não foi o primeiro nem será o último. A humanidade continuará padecendo de inveja e outras não-virtudes, de dúvidas egóicas, da falta de humildade necessária para reconhecer e louvar seus artistas enquanto ainda estão produzindo.

Achei legal os textos serem de Helóisa Buarque de Holanda, um dos únicos nomes da literatura brasileira a procurar os valores novos e a divulgá-los. E é do meio acadêmico, o que traz uma luz no fim do túnel. Será?

Beijo

Anônimo

Muito boa a exposição, excelente. Fiquei impressionado. Comprei o catálogo e gostei muito do texto do crítico José Aloise Bahia. Ele dá uma aula sobre o pensamento modernista ao correlacionar a arte do Rodrigo com Michel Thevoz e Jean Dubuffet, fato que não observei nos outros textos. Uma análise bem contemporânea e inteligente, escrita pelo crítico mineiro José Aloise Bahia. Parabéns! Carlos Alberto Ferreira Leite, Belo Horizonte, MG.

Editorial

Ficamos contentes que nossa indicação tenha lhe sido frutuosa. Gratos por compartilhar!