ESPERA
Quantos segundos
existem entre a vida e a morte? Quantos milissegundos separam um piscar de olhos
e o fechar último?
Quando jovem
eu assistia meio de lado, lá num cantinho lambido pela penumbra, os parentes
chorarem pelos avôs, tios e cachorros de estimação. E concebia um milhão de
suposições: o que os infelizes teriam sentido antes do último suspiro, da luz
no fim do túnel, do descanso eterno.
E de vez em
quando eu sorria. Sorria porque sabia que os meus minutos seriam milhões, demais
até para uma preocupação descabida, um questionamento levemente incômodo, que
fosse.
Até hoje.
Quantos segundos separam este pensamento do próximo? Haverá o próximo? Ou a
eternidade?
Mariela Mei é toda verso e prosa. Formada no divã e na escrivaninha. Escreve para existir. Bloga emhttp://gracadesgraca.com .
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