domingo, 4 de dezembro de 2011

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MARINUS

MARINUS
Lílian Maial


Por onde anda aquele que me conduz pelas águas dos mares todos?
Aquele por quem as ondas se aquietam e as algas bailam em reverência....
Eu, que invejo os peixes e todos os seres marinhos que te compartilham a paz;
Eu, que julgava flutuar nas alturas, nas asas do pensamento, e hoje percebo que nunca saí do chão.
Por onde anda o homem sem limites, cujas fronteiras esmaecem e se fundem à loucura e à agonia, numa pacífica batalha nas entranhas?
Aquele, o eleito da ventura, por quem todos os sinos dobram ante seu nome?
O que tem cheiro de promessa e gosto de destino?
O que tem olho de raio – luz, gozo e morte – e pálpebras de leito?
Aquele que me denuncia os instintos e me atira a razão?
A mim, a quem nada mais resta, senão calçar seus passos e beber suas palavras...

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