PERSEGUIÇÃO
E foi
quando eu a vi novamente. Caminhando na calçada, passos certeiros, rápidos.
Seus cabelos se agitavam sobre os ombros e você sumia e de repente retomava a
linha dos meus olhos mais uma vez, no meio do ajuntamento tumultuoso daquela
manhã de terça-feira.
Eu chamava
e você não ouvia. Mas você sempre me ouviu... E, por mais que eu tentasse alcança-la,
era como se surgissem ternos e prazos e sorrisos e compromissos e lamentações de
dentro de mim, e me antecipassem os passos.
E então a
perdi. Já não escutava seu caminhar oco. Os cabelos eram tantos. A partir
daquele momento, tive o coração como guia. E nos descobrimos novamente, eu
sabia que a encontraria, o coração não se engana.
Você estava
linda. Encarei seu sorriso terno, não pude acreditar que já haviam se passado
dois anos. E, antes mesmo que meus olhos deixassem escapar o amor que ainda
sinto, despedi-me com um beijo jogado e caminhei para fora do cemitério.
Mariela Mei é toda verso e prosa. Formada no divã e na escrivaninha. Escreve para existir. Bloga emhttp://gracadesgraca.com .
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