domingo, 22 de janeiro de 2012

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A Dama do Metrô 65












- Bem o que eu tenho... Você já conseguiu neste momento – pensou olhando para o teto enquanto fumava o seu cigarro.

Deitado ao lado dela, nu, todo satisfeito, o rapaz dormia um sono tranqüilo abraçado a ela. Malu pensou que apesar da idade do rapaz, fosse ele afoito, como se fosse pela primeira vez ao pote beber água, mas se surpreendeu pela tranqüilidade dos movimentos surpreendentemente carinhosos.

- O meu nome...

- Não, não diga o seu nome, não vamos estragar nosso prazer, pois não sabendo o teu nome não corremos perigo de estarmos transando com um conhecido, entende?

- Não, não entendo.

- Bom deixa pra lá, pois essa minha teoria está furada, pois você já sabe o meu nome.

- Sim, mas ele pode ser falso, nome de guerra.

- O meu se manca, quem tem nome de guerra é prostituta, eu não sou prostituta.

- Tudo bem, não se grile, vem aqui sentir meus beijos ansiosos para conhecer esse teu corpo formoso e gostoso.

E a envolve-a num longo e quente abraço. Um cansaço dominou sua mente. Sentia-se velha, precisava parar com as aventuras inconseqüentes, dar um tempo ao tempo. Levantou-se, no banheiro se lavou, trocou de roupa. O rapaz ainda dormia despreocupado.

- O amoreco, levante, vamos.

- O que foi?

- Levante, saia, vá embora, preciso trabalhar.

Lentamente, o rapaz catou as roupas e entrou no banheiro. Ouviu o barulho do chuveiro e uma voz forte cantando alegremente.

- Gente jovem está sempre contente – falou para o seu reflexo no espelho.

Minutos depois, o rapaz todo refrescado sai do banheiro.

- E aí, gostosa, nos veremos novamente?

- Que gostosa que nada, vá embora, se eu sentir saudades de você sei aonde procurá-lo, agora vai embora, por favor.

Empurrou o rapaz para fora do apartamento. Fechou a porta e se jogou no sofá. Acendeu outro cigarro, jogou a cabeça para trás, fechou os olhos e desejou ficar imóvel para o resto da sua vida.

pastorelli

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