terça-feira, 3 de janeiro de 2012

0

Ponto de vista


Ele vendo e sendo a areia. O céu o vendo. Vendas. Olhos que fazem que veem. Beleza?
Na água. Calma tranqüila plácida a reflexão que lhe passa. Foge, escapa.
Amplidão do espaço; redução da ótica. Luz que ofusca. Branco imenso e cáustico.
O sorriso. Casto e sensível. Beleza que o fascina?
Entre o céu e a água. Asas. Plumas. Bicos.
Plásticos voos, pinturas celestes.
E o corpo observa. A alegria das aves. O belo.
E o belo é a imagem que o olho devasta. Consome. Absorve.
Das aves o som. Sinfonia. Verão. Lembranças. Memórias. Sonhos. O mundo gira, flutua na poesia das asas. Mergulhos.
Construída é a visão. Definida, delineada no indivíduo. E o que vê; uma escolha. Dele ou para ele. Rascunho. Risco. Metade.
O cardume ; pânico. Corpos que já não são. Sangue e luta. Fuga, desvios. Batalha infernal. Monstros alados. Devoração. Mastigação.
Placidez?
Guerra?
Massacre?
O belo é indiferente à placidez ou ao movimento. Habita todos os mundos. E é habitado por todos.
Mas o olho que na areia descansa não vê além da asa e da água. Percebe o pássaro no céu e superfície. No fundo, mergulho de fome e fúria o olho não alcança, nem importa o peixe e sua sina.
Dia perfeito de paz e tranqüilidade. Harmonia.



Seja o primeiro a comentar: