domingo, 5 de fevereiro de 2012

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A CONSTRUÇÃO DO GESTO

Na construção do gesto temos a representação do pedreiro como fonte primordial da vitalidade em quem podemos acreditar como possibilidades da importância das mãos.



“Tenho a terra sob asunhas / o que seria meu / e de todos...// - o que seria

se a terra estivesse / sob as unhas // a asmãos calejadas” (Pedro Du Bois)



Na música, Chico Buarque homenageia o pedreiro como motivo do mais legítimo orgulho do povo brasileiro, qualificando o seu trabalho com as composições Pedro Pedreiro e Construção.



“... Pedro pedreiro espera o carnaval / Esperando , esperando, esperando o sol // Esperando o trem,esperando aumento para o mês que vem / Pedro pedreiro penseiro esperando o trem/ Manhã parede, carece de esperar também / Pedro não sabe mas talvez no fundoespere alguma coisa mais linda do mundo...”



A letra dessa música, na verdade é muitas vezes peça de ficção, mas também é categórica na identificação do gesto quando a versão se mistura à vida. Em vez de discursos há uma composição que se faz notória e engrandece a profissão do pedreiro como ato social.



“...Subiu a construçãocomo se fosse máquina / Ergueu no patamar quatro paredes sólidas / Tijolo portijolo num desenho mágico / Seus olhos embotados de cimento

e lágrima / Sentou para descansar como se fosse sábado...”(Chico Buarque)



O pedreiro trabalha em ritmo de muita exigência e prazos: início e término da obra. Ele é peça principal no jogo de montar. Sua prática e visão são estratégicas para obter o caminho até o resultado,e encontrar a satisfação do trabalho feito pela conquista das mãos. O mérito é o processo, e a prática é o resultado da busca do reflexo na sociedade para a valorização da profissão.



“...Subiu na construção como se fosse sólido / Ergueu no patamar quatro paredes mágicas /Tijolo por tijolo num desenho lógico / Seus olhos embotados de cimento e tráfego / Sentou prá descansar como se fosse um príncipe...” (Chico Buarque)



Ao pedreiro faço reverências, pela capacidade de sobreviver aos desafios gerados pela construção que, ao ser vivenciada, revela o gesto. Trata-se na verdade do reconhecimento por acreditar no seu esforço e pela contribuição que traz para a sociedade, onde desempenha o papel importante de ter a construção como gesto.



“Bastam as mãos ...// saber que o pó entranha a pele...// sem enfeites

bastam as mãos / repousando sobre a obra.” (Pedro Du Bois)

1 Comentário

sonia regina

Muito boa a leitura do poema do Chico, Tânia. Excelentes recursos literários, como sempre. Parabéns!

Beijo