quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

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A DANÇA DOS ARCOS - III. A DANÇA DOS ARCOS - JANDIRA ZANCHI



A DANÇA DOS ARCOS – III. A DANÇA DOS ARCOS

Mudança de cena
à largas passadas
seguem-se em cena
                       cenários
                       cenáculos

solidão, palavra sem rima,
             (com imensidão)?

infinita é a ausência do olhar amado
bendita é a terra das pegadas
                 quase santas
segue-se sonífero salgado
salguei-me retificada a tempo
sobraram-me excessivos lamentos.

que parte parte o canto?
em quantas divisões
se reparte o homem?
na praia amanheceu mulher,
um pouco dorida, enfiava os
olhos na seqüência de conchas
confecções de pouca monta
no braço, a prole
e o destino do macho
em algum ataviado momento
desligou-se da trompa
a corrente, larga, enfiada
no cerco do horizonte
desprendendo-se crua
quase nua
              vazia
à praia dos chamados
        (é um pranto) ?

que margem é essa que te desprega
            do infinito dos anjos
a fim de que fatos
     levanta-se
no descortinar das elevações
          súbitas 
que se esvaem de estórias
e talvez se despreguem
ao grito ordenado
da nova magia
ao Cosmo
ao Pai
ao Deus
anuviando-se
uma nova Matriz?(como saber ou como ignorar)?

Se sou Ato e
necessito-me Ação
como orar
os olhos vagos
o corpo aceito
aspirado de horizonte
                   longo
                   langoroso
mareado de maviosas
marés sem questões?

antes que te doa
a vida se doa de tua vida
é confeccionada
(essa que tudo vive)
das frações fractais
de seus múltiplos espelhos
facções e fatos
               desmembrados
alongados
        estru
                tu
                   rados
ao modo que lhe convém
pois expande-se
       fracionando-se
sintetizando-se
essa formosa apocalíptica
caótica e nervosa
complexa matéria
que só se esvaí e confere
com a subida de seus gases nobre

estilhaços dourados quase virtuais
consistentes à abstração
girados e aguados
nos grandes centros de força.

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