A DANÇA DOS ARCOS – III. A DANÇA DOS ARCOS
Mudança de cena
à largas passadas
seguem-se em cena
cenários
cenáculos
solidão, palavra sem rima,
(com imensidão)?
infinita é a ausência do olhar amado
bendita é a terra das pegadas
quase santas
segue-se sonífero salgado
salguei-me retificada a tempo
sobraram-me excessivos lamentos.
que parte parte o canto?
em quantas divisões
se reparte o homem?
na praia amanheceu mulher,
um pouco dorida, enfiava os
olhos na seqüência de conchas
confecções de pouca monta
no braço, a prole
e o destino do macho
em algum ataviado momento
desligou-se da trompa
a corrente, larga, enfiada
no cerco do horizonte
desprendendo-se crua
quase nua
vazia
à praia dos chamados
(é um pranto) ?
que margem é essa que te desprega
do infinito dos anjos
a fim de que fatos
levanta-se
no descortinar das elevações
súbitas
que se esvaem de estórias
e talvez se despreguem
ao grito ordenado
da nova magia
ao Cosmo
ao Pai
ao Deus
anuviando-se
uma nova Matriz?(como saber ou como ignorar)?
Se sou Ato e
necessito-me Ação
como orar
os olhos vagos
o corpo aceito
aspirado de horizonte
longo
langoroso
mareado de maviosas
marés sem questões?
antes que te doa
a vida se doa de tua vida
é confeccionada
(essa que tudo vive)
das frações fractais
de seus múltiplos espelhos
facções e fatos
desmembrados
alongados
estru
tu
rados
ao modo que lhe convém
pois expande-se
fracionando-se
sintetizando-se
essa formosa apocalíptica
caótica e nervosa
complexa matéria
que só se esvaí e confere
com a subida de seus gases nobre
estilhaços dourados quase virtuais
consistentes à abstração
girados e aguados
nos grandes centros de força.
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário