Maria do abajur lilás,
dos sonhos da luz vermelha,
tinha visões de pecado,
tremores suados profanos.
O quarto perfumado a flor,
escuso cheiro de bordéis de quinta,
cultivado em frascos de vento.
Parede pregada de santos,
era devota confessa,
não dormia sem uma salve-rainha
e um pai nosso:
ajoelhava e rezava.
Bem no meio da homilia,
o pai arfava e gemia:
- Ave Maria!
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sábado, 18 de fevereiro de 2012
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SARÇA
autor(a): Lílian Maial
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1 Comentário
Que lindo, Lílian.
Ave!
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